Os atletas da nova geração, todos de comunidades carentes, tiveram a oportunidade de alavancar o aprendizado sobre o trabalho de um bombeiro salva-vidas e a importância deste profissional em cidades litorâneas. Eles ainda puderam aprender e praticar técnicas e teorias básicas de salvamento e primeiros socorros, aplicadas pelo Tenente Alessandro e Capitão João Paulo.
A Coordenadora de Projetos do Clube O’ SURFE, Patrícia de Almeida, que acompanhou a visita, comentou que a experiência foi de grande valor :
“Nossas crianças puderam praticar mais a fundo a questão do respeito às autoridades que ali estavam. Em alguns momentos, ficou até engraçado : na medida em que elas interrompiam a palestra ou tinham atitudes fora do comportamento de um visitante, os bombeiros instrutores mandavam os alunos pagarem flexões, conforme acontece na disciplina do quartel. Claro, tudo dentro do limite das crianças, mas somente para mostrar como funciona o dia a dia dos salva-vidas. Enfim, as crianças adoraram pagar seus micos com flexões”.
O treinador e diretor técnico do clube, Eduardo Silva, elogiou o cuidado que os bombeiros tiveram com as crianças : “Eles foram muito pacientes, explicando o procedimento de forma lúdica para que todos pudessem entender e um dia, quem sabe, poderão se interessar pela carreira”.
A molecada teve acesso a todas as instalações do quartel, seções, alojamento, refeitório, etc. e ao CRA (Centro de Recuperação de Afogados), uma referência indispensável para o serviço do GMAR. Além da sala de planilhas (onde estão catalogados todos os salvamentos já feitos até os dias de hoje) e do heliporto, entre outras dependências. Durante a visita, foi permitido aos garotos o reconhecimento do material operacional.
“Eu já admirava muito o trabalho dos bombeiros guarda-vidas e agora estou ainda mais impressionado com a estrutura do GMAR. Eu acho muito bonito o trabalho deles, de salvar vidas, tanto dos seres humanos quanto os seres que vivem na natureza”, elogiou Kelvin, aluno do clube.
No entanto, o momento mais esperado por todos foram as aulas práticas de salvamento e primeiros socorros, utilizando uma prancha de surfe. Segundo Patrícia, “a água estava super gelada mas as crianças não se importaram com isso. O que eles queriam mesmo era ir para dentro d’água aprender como se salva uma vida.” A simulação teve início na areia e posteriormente na água. Esse contato emocionante pode servir de inspiração para que algumas dessas crianças sigam a profissão de bombeiro, caso desistam de ser competidores ou de exercer outras funções ligadas ao surfe.
No final, as crianças partiram para o banho e um delicioso lanche preparado com muito carinho pelos bombeiros no refeitório.
De acordo com o Coronel Márcio Lessa, o GMAR está desenvolvendo um projeto inspirado na iniciativa do clube, que se chama “Salva Surfe”, em que consiste em ensinar ao surfista o trabalho de guarda-vidas. “Este projeto da O’Surfe é muito interessante até porque as crianças, que estão aprendendo a surfar, são as primeiras pessoas a ter contato direto com o afogado. O projeto Salva Surfe é exatamente para ter o apoio do surfista e daremos o total apoio para dar continuidade ao trabalho do clube O’Surfe”, comentou o coronel.
O vice-presidente do clube O’ SURFE, jornalista Berto Filho, destacou a colaboração do GMar para viabilizar o evento, inédito para os meninos e meninas do clube.
“O GMar foi apanhar os petizes na sede do clube, perto do Terreirão, e os trouxe de volta no fim da jornada. O apoio logístico foi fundamental para o sucesso da visita e para torná-la um momento fantástico nas vidas dessas crianças”, sublinhou o jornalista, ex-apresentador do Jornal Nacional.
fotos Luciano Cabal
